Em um dos episódios mais dramáticos da atual legislatura, o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) foi retirado à força do plenário da Câmara dos Deputados por seguranças e agentes da Polícia Legislativa, após permanecer em greve de fome por mais de 103 horas. O protesto foi uma reação direta à abertura de processo que pode resultar na cassação de seu mandato.
Braga se recusava a deixar o plenário e afirmava que estava sendo vítima de perseguição política por ter enfrentado publicamente o Movimento Brasil Livre (MBL). Diante do agravamento de sua saúde e da insistência em permanecer no local, a Mesa Diretora determinou sua retirada, que aconteceu sob protestos e ampla cobertura das redes sociais.
O motivo do processo de cassação
A origem da crise remonta ao episódio em que o deputado agrediu fisicamente o militante do MBL, Gabriel Costenaro, nas dependências da Câmara. Em vídeos amplamente divulgados, Glauber aparece empurrando e desferindo um chute contra Costenaro após uma troca de insultos. Segundo o deputado, o militante o provocou de forma reiterada e chegou a mencionar sua mãe em tom ofensivo.
Costenaro é conhecido por abordar políticos de esquerda com provocações, frequentemente transmitidas ao vivo nas redes sociais. Após o confronto, o Partido Novo apresentou ao Conselho de Ética da Câmara uma representação contra Braga, alegando quebra de decoro parlamentar — o que levou à abertura formal de um processo disciplinar que pode resultar na cassação do mandato do parlamentar do PSOL.
Defesa e reação
Glauber Braga declarou que reagiu a "insultos e ameaças" e que não se arrepende de sua atitude. "Não fui eu quem agredi. Me defendi de um fascista que há tempos persegue parlamentares e militantes progressistas", afirmou o deputado.
A bancada do PSOL, por sua vez, saiu em defesa do parlamentar, enquanto opositores acusam Braga de usar da força física de maneira injustificável dentro da Casa Legislativa.
Cena marcante e tensão política
A retirada do deputado do plenário, visivelmente debilitado e carregado por seguranças, marca uma cena simbólica de tensão política que evidencia o clima de polarização instalado no Congresso. O caso ainda está em análise no Conselho de Ética, e o desfecho poderá ter impactos diretos no cenário político do PSOL e na correlação de forças entre governo e oposição.
Fonte: Redação