A problemática da poluição do ar avança como um dos maiores desafios ambientais e de saúde pública do século XXI. Recentemente, o relatório da IQAir, uma iniciativa global que monitora a qualidade do ar em tempo real, trouxe à luz dados alarmantes, classificando diversas cidades brasileiras no contexto da poluição global. Este artigo se propõe a discutir a presença do Brasil nesse ranking preocupante e as implicações advindas da poluição atmosférica, especialmente aquela provocada pela partícula PM2,5.
Como o Brasil se posiciona no mapa da poluição mundial?
O relatório da IQAir, referente ao monitoramento global da qualidade do ar, expõe um cenário onde o Brasil figura com 28 cidades no mapa da poluição. Notoriamente ausentes dos piores índices, essas cidades, no entanto, atravessam distintos níveis de preocupação, com algumas ultrapassando de forma considerável as diretrizes estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) quanto aos limites saudáveis da partícula PM2,5 no ar.
Por que a PM2,5 é uma preocupação global?
A partícula PM2,5, foco do estudo realizado pela IQAir, é reconhecida pelo seu diminuto tamanho e por sua capacidade de penetrar profundamente no sistema respiratório, alcançando até mesmo a corrente sanguínea. Essa característica torna-a extremamente nociva, sendo capaz de desencadear ou agravar uma série de condições de saúde, que vão de doenças respiratórias a complicações cardiovasculares, além de impactar negativamente no desenvolvimento cognitivo infantil. A OMS associa, anualmente, a morte de 6,7 milhões de pessoas aos efeitos da poluição atmosférica, um dado que ilustra a magnitude do problema.
Uma visão detalhada da poluição nas cidades brasileiras
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- Cidades atendendo às diretrizes da OMS: Fortaleza – CE.
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- Cidades que excederam de 1 a 2 vezes as diretrizes da OMS: Brasília – DF, Palmas – TO, entre outras.
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- Excederam de 2 a 3 vezes as diretrizes da OMS: Rio de Janeiro – RJ, Curitiba – PR, entre outras.
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- Excederam de 3 a 5 vezes as diretrizes da OMS: Manaus – AM, Camacari – BA, entre outras.
A falta de estações de monitoramento em várias regiões do Brasil, bem como em países da África e Oriente Médio, é apontada como um desafio para a obtenção de dados precisos e abrangentes sobre a qualidade do ar, o que sugere que a situação real pode ser ainda mais grave do que a retratada.
Quais são as principais fontes de PM2,5?
As fontes emissoras da partícula PM2,5 variam desde a queima de combustíveis fósseis, passando por tempestades de areia até incêndios florestais. Aumentadas pela crise climática – esta última intensificada pela queima contínua de combustíveis fósseis – as emissões dessas partículas não só deterioram a qualidade do ar como representam um ciclo vicioso, onde a poluição atmosférica e a crise climática se retroalimentam mutuamente.
O cenário apresentado pelo relatório da IQAir ressalta a urgência de medidas mais rigorosas e abrangentes para combater a poluição do ar e suas fontes, visando não apenas a melhoria na qualidade de vida das populações afetadas mas também a preservação do meio ambiente para as futuras gerações.