O governo federal estima que o Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, inundado e inutilizado durante as chuvas históricas de maio, volte a operar apenas em dezembro deste ano — com expectativa para o período do Natal. Nesta segunda-feira (3), o ministro Paulo Pimenta, da Secretaria Extraordinária da Presidência da República para Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, participou de uma reunião com executivos da concessionária Fraport. A empresa apresentou uma atualização sobre a situação atual do aeroporto e os próximos passos para a reconstrução de todo o equipamento.
— Nós estamos concluindo aqui uma etapa muito importante desse trabalho. Chamamos a Anac, Ministério dos Portos, governo do estado, MP e a empresa concessionária do Salgado Filho, para tomarmos ciência de quais medidas foram adotadas pela empresa desde o início desse desastre, estamos há praticamente 30 dias sem o aeroporto funcionando — disse Pimenta. — A partir dessa semana, começa com força todo o trabalho de limpeza, sondagem e é uma prioridade acompanhar e, no menor tempo possível, fazer com que esse aeroporto possa voltar a funcionar, porque é estratégico para a logística e economia do Rio Grande do Sul.
O ministro acrescentou ainda que foi criada uma sala permanente de acompanhamento da situação do aeroporto e que, durante a reunião, reforçou a necessidade de que avance a discussão da concessionária junto à Anac e o governo federal para que seja restabelecido o equilíbrio contratual da concessão, mas que os trâmites burocráticos não podem se tornar um "impeditivo" para que a recuperação avance.
De acordo com a Fraport, com a diminuição da água acumulada, foi iniciado, nesta segunda-feira, o processo de limpeza da pista de pousos e decolagens: uma ampla varredura em toda a extensão das pistas, taxiways e pátios de aeronaves para a retirada de entulhos e detritos. Em paralelo, ainda segundo a concessionária, foram iniciados os testes e sondagens para avaliação da resistência do solo, desde a compactação até a pavimentação, para que tecnicamente seja possível afirmar os impactos causados pelo acúmulo de água durante as últimas semanas. Esse período de testes tem previsão de durar aproximadamente 45 dias, dependendo das condições climáticas. Estima-se que no início de julho seja possível detalhar as necessidades de intervenções na pista.
Em relação aos equipamentos afetados com a enchente, a empresa afirma que ainda não é possível detalhar o valor total dos danos e quais equipamentos precisarão ser substituídos ou reparados. A companhia afirma que, desde que as águas começaram a baixar, está em contato permanente com as seguradoras para avaliação do cenário, recebendo vistorias recorrentes e realizando o inventário de todos os itens que foram impactados.
Na reunião com as autoridades, a Fraport reforçou o compromisso para a retomada do aeroporto e disse que, desde o início da crise, está em diálogo aberto com o governo federal e as autoridades relacionadas para que a recuperação ocorra da forma mais célere possível.
— Estamos atuando junto ao governo federal para acelerarmos a retomada do aeroporto. Estamos fazendo a nossa parte com diversas atividades já iniciadas. Se os impactos forem menores do que os previstos inicialmente, vamos torcer para que o aeroporto esteja disponível para o final do ano — comentou Andreea Pal, CEO da Fraport Brasil, após a reunião.
Além do ministro Paulo Pimenta e de executivos da Fraport, participaram também da reunião, no Salgado Filho: Tiago Pereira, Diretor Presidente da Anac, Tomé Franca, Secretário Nacional da Aviação Civil, Frederico Antunes (PP-RS), deputado estadual e presidente da Frente Parlamentar da Aviação, e Pedro Capeluppi, secretário da reconstrução gaúcha.
Fonte: Da Redação