O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) ordenou, na noite desta segunda-feira (23), a soltura de 17 suspeitos presos no âmbito da Operação Integration, que apura um suposto esquema de lavagem de dinheiro e jogos ilegais. Entre os beneficiados, estão a influenciadora Deolane Bezerra, a mãe dela, Solange Bezerra, e o dono da Esportes da Sorte, Darwin Henrique da Silva Filho.
Deolane foi presa no Recife em 4 de setembro, mas foi liberada no dia 9 para cumprir prisão domiciliar. No dia 10, quando compareceu ao fórum para colocar tornozeleira eletrônica, foi informada da revogação do benefĂcio por ter descumprido ordem judicial para não se manifestar por redes sociais, imprensa e outros meios de comunicação. Ela foi levada para o presĂdio de BuĂque, no Agreste do estado, onde ficou presa desde então.
A decisão foi publicada pelo desembargador Eduardo Guilliod Maranhão, relator do caso, que acatou um pedido de habeas corpus feito pela defesa de Darwin Filho, estendendo o relaxamento da prisão aos demais detidos. Mais cedo, o cantor Gusttavo Lima teve a prisão preventiva decretada pela Justiça por suspeita de participação no mesmo esquema. Ele não foi contemplado pelo habeas corpus.
Além de Darwin Henrique da Silva Filho, foram beneficiados com a decisão:
O J1 tenta contato com os investigados. Entre os beneficiados, estĂĄ o casal José André da Rocha Neto e Aislla Sabrina Truta Henriques Rocha, donos da empresa Vai de Bet. Os dois eram considerados foragidos e, segundo as investigações, viajaram com Gusttavo Lima de Goiânia para a Grécia no inĂcio deste mĂȘs, poucos dias depois que a operação foi deflagrada.
Diferentemente da decisão que concedeu o primeiro habeas corpus, desta vez Deolane e os demais investigados não precisarão usar tornozeleira eletrônica. Além da soltura, o desembargador determinou que os investigados:
O magistrado também proibiu os investigados de frequentarem qualquer empresa que esteja relacionada à investigação da Operação Integration ou participar de qualquer tipo de decisão sobre a atividade econômica de qualquer empresa que faça da investigação. Também estão proibidos de fazer publicidade ou citar qualquer plataforma de jogos.
O desembargador Guillod determinou que ficam mantidos os bloqueios de valores e sequestros de bens determinados" a pedido da PolĂcia Civil, dentro da investigação policial da Operação Integration.
Para embasar a decisão, o desembargador citou a manifestação do Ministério PĂșblico de Pernambuco (MPPE), que, na sexta-feira (20), decidiu devolver o inquérito à PolĂcia Civil e pediu a realização de novas diligĂȘncias no caso. A instituição também recomendou a substituição das prisões preventivas por "outras medidas cautelares".
O juiz justifica que a recomendação de novas diligĂȘncias pelo Ministério PĂșblico indica que ainda não existem elementos para oferecer denĂșncia ao JudiciĂĄrio, o que "implicarĂĄ em constrangimento ilegal no que tange à prisão preventiva dos pacientes".
"(...) A partir do momento em que o órgão ministerial não se mostra convicto no oferecimento da denĂșncia, mostram-se frĂĄgeis a autoria e a própria materialidade delitiva, situação esta que depõe contra o próprio instituto da prisão preventiva prevista", diz trecho da decisão.
O magistrado afirma ainda que "a ausĂȘncia de convicção manifestada pelo requerimento de diligĂȘncias (...) impõe a revogação das prisões preventivas determinadas".