O Irã disparou cerca de 200 mísseis balísticos em direção a Israel nesta terça-feira (1º), segundo as Forças Armadas israelenses. O Irã também confirmou o envio, que culmina a escalada de tensões entre Israel e o Hezbollah nas duas últimas semanas.
A maior parte dos mísseis atingiu Tel Aviv, onde uma série de explosões foi registrada. A população teve de se abrigar em bunkers e abrigos por mais de uma hora, e o espaço aéreo chegou a ficar totalmente fechado, mas foi reaberto após o ataque.
A ofensiva foi a primeira resposta do Irã desde a escalada nos conflitos entre Israel e o Hezbollah — o grupo extremista, embora atue no Líbano, é financiado pelo regime iraniano.
Segundo o governo, duas pessoas ficaram feridas sem gravidade, e não houve registro de prédios ou residências atingidos. Mas um atentado que ocorreu no mesmo momento nos arredores de Tel Aviv deixou oito mortos. s de pelo menos dois outros países do Oriente Médio e chegaram em Israel por volta das 18h30 no horário local (13h30 pelo horário de Brasília).
Imagens de Tel Aviv mostraram dezenas de mísseis cruzando o céu de Tel Aviv e de Jerusalém.
Cerca de 20 minutos após uma primeira onda de mísseis, uma segunda leva de artefatos foi lançada, segundo a agência estatal iraniana. Parte dos artefatos foi abatida pelo Domo de Ferro, um dos poderosos sistemas antimísseis israelenses.
A imprensa iraniana afirmou que a Universidade de Tel Aviv foi atingida.
A agência de notícias estatal iraniana Irna afirmou que alguns mísseis atingiram também atingiram locais controlados por Israel na Cisjordânia. Além de Israel, Jordânia e Iraque também fecharam seus espaços aéreos, posteriormente reabertos.
O governo do Irã afirmou que o ataque foi uma retaliação ao assassinato dos chefes do Hezbollah, Hassan Nasrallah, e do Hamas, Ismail Haniyeh, e à invasão do Exército israelense ao Líbano, na segunda-feira (31). Teerã disse que vai retaliar qualquer novo ataque israelense.
O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, afirmou também que o ataque desta terça representa somente parte da capacidade ofensiva do Irã, e disse: "não entrem em confronto com o Irã". O Irã disse ainda que, após o envio de mísseis, o líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei — autoridade máxima do Irã — foi colocado em um local protegido e a salvo.
O porta-voz do Exército israelense disse que o ataque foi "sério" e que "haverá consequências". Mais tarde, as Forças Armadas do país afirmaram que, ainda na noite desta terça, farão um "ataque poderoso no Oriente Médio", segundo a imprensa israelense.
Após a ofensiva iraniana, o presidente dos EUA, Joe Biden, ordenou que os militares dos Estados Unidos ajudem na defesa de Israel, disse o Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca.
O Irã e Israel são os principais rivais no Oriente Médio, e a tensão entre os dois países aumentou após o início da guerra na Faixa de Gaza — o Hamas, assim como o Hezbollah, é financiado pelo regime iraniano.
Praticamente ao mesmo tempo em que os mísseis foram lançados, um atentado a tiros ocorreu em Jaffa, pequena cidade nos arredores de Tel Aviv. Segundo o site de notícias israelense Ynet, dois terroristas desceram do metrô e abriram fogo contra várias pessoas na Avenida Yerushalayim (veja vídeo acima).
Oito pessoas morreram no ataque — dois suspeitos de serem os autores do ataque e seis moradores de Jaffa — segundo Israel.
Irã lança mísseis contra Israel
Mais cedo, a Casa Branca havia afirmado que o Irã preparava um ataque a Israel com mísseis balísticos e afirmou que um ataque teria "consequências severas". Washington ainda não havia se manifestado sobre o ataque do Irã até a última atualização desta reportagem.
Esta não foi a primeira ofensiva do Irã contra Israel, mas foi a mais forte até agora. Em abril, forças iranianas lançaram 300 drones e mísseis contra o território israelenses em retaliação a um bombardeio ao Consulado do Irã em Damasco, na Síria, que causou a morte de um comandante do Exército iraniano.
Na ofensiva de abril, os drones e mísseis causaram diversas explosões nos arredores de Jerusalém, mas também não houve vítimas.
Um dia antes da ofensiva iraniana, Israel na segunda-feira (31) lançou uma ofensiva terrestre no Líbano mirando alvos específicos do Hezbollah.
A invasão ocorre após mais de uma semana em que Israel vem bombardeando diferentes regiões do Líbano, inclusive a capital, Beirute, em uma ação que marcou um novo conflito na guerra do Oriente Médio.
Há quase um ano, Israel luta também contra o Hamas na Faixa de Gaza, desde que o grupo terrorista invadiu o sul do país, matou 1.200 pessoas e sequestrou outras centenas.
O Hezbollah tem bombardeado o norte de Israel desde outubro de 2023, em apoio ao Hamas — ambos os grupos são financiados pelo Irã.
A tensão na região escalou nos últimos dias, com bombardeios de Israel contra alvos do Hezbollah em vários pontos do Líbano, incluindo a capital Beirute. Um dos ataques provocou a morte do chefe do grupo extremista, Hassan Nasrallah, na sexta-feira (27).
Veja onde fica o Líbano — Foto: Arte/g1
Nos últimos meses, Israel e Hezbollah viveram um aumento nas tensões. Um comandante do grupo extremista foi morto em um ataque israelense no Líbano, em julho. No mês seguinte, o grupo preparou uma resposta em larga escala contra Israel, que acabou sendo repelida.
Mais recentemente, líderes israelenses emitiram uma série de avisos sobre o aumento de operações contra o Hezbollah. O gatilho para uma virada no conflito veio após os seguintes pontos:
Fonte: Da redação