A prefeitura do Rio divulgou, nesta quarta-feira, um balanço do carnaval de 2024. Com movimentação econômica de R$ 5 bilhões, cerca de 8 milhões de pessoas curtindo a festa e R$ 500 milhões acumulados em impostos, foi um "feriado de recordes para a cidade", segundo a Riotur. Também foram apresentados dados relativos a empregos gerados, quantitativos referentes à infraestrutura da festa e informações sobre a logística dos eventos.
Enquanto no ano passado o carnaval gerou arrecadação de R$ 25,7 milhões em impostos sobre serviços (ISS) relacionados ao turismo, este ano o número chegou a R$ 40 milhões. No total, o valor de impostos arrecadados durante o mês de fevereiro foi de R$ 500 milhões. Já em relação à geração de empregos, foram abertos cerca de 50 mil trabalhados diretos, que se dividiram entre 15 mil autônomos, 13 mil ambulantes, 20 mil agentes públicos no Sambódromo e 2500 controladores de tráfego, segundo a prefeitura.
— O Rio voltou a protagonizar, né? O maior e melhor carnaval de rua de todo o Brasil. Com muito respeito e humildade aos outros estados, mas o nosso carnaval é diferente. Tem uma peculiaridade específica, nossa geografia ajuda muito, e a gente consegue se espalhar pela cidade inteira — afirma o presidente da Riotur, Ronnie Costa.
Para chegar ao número de oito milhões de pessoas, a prefeitura explica que usou, pela primeira vez, mais de um método de contagem. Foram utilizadas câmeras que medem calor corporal e são ligadas ao Centro de Operações, e também houve ajuda das equipes nos acessos aos megablocos e aos locais de desfiles. Costa também destacou a organização dos megablocos que aconteceram na cidade.
— Tanto nós do município quanto do governo do Estado, com a Polícia Militar, a Polícia Civil, aumentamos o efetivo de entes públicos. Ampliamos a estrutura desses eventos e não tivemos nenhuma intercorrência. Tivemos, além das revistas, que já tínhamos no ano passado, as câmeras de reconhecimento facial. Foi um sucesso — explica Costa.
Do total de foliões, seis milhões passaram pelos blocos de rua, somando-se às mais de duas milhões de pessoas que foram aos desfiles da Sapucaí, Intendente Magalhães, Terreirão do Samba, bailes populares, desfiles da Avenida Chile e Cinelândia. Além disso, a cidade contou com 60 palcos montados para realização de bailes populares.
No carnaval de 2024, um total de 24 toneladas de fantasias e adereços foram recolhidos nas noites de desfiles das escolas de samba do Grupo Especial e da Série Ouro. O Projeto Carnaval Sustentável seleciona estes insumos, os recicla e os envia para escolas e projetos sociais.
A remoção de lixo foi maior que a do carnaval do ano passado. Foram recolhidas cerca de 1400 toneladas de resíduos em todo o período de 13 de janeiro a 18 de fevereiro de 2024. Os blocos de rua geraram 738 toneladas de resíduos. Só no último fim de semana foram 53,8 toneladas recolhidas.
Os seis dias de desfiles no Sambódromo geraram 454,7 toneladas de resíduos, sendo 62,5 toneladas de materiais potencialmente recicláveis.
O presidente da Riotur destacou ainda a preocupação com o calor excessivo na hora de pensar o carnaval na cidade:
— Ofertamos pontos de hidratação, fizemos um convênio com o governo do Estado. Tivemos aguadeiros e carros-pipa. A mudança de muitos blocos para o horário da manhã também contou com isso.
No Fervo da Lud, considerado o maior bloco do carnaval 2024 em número de pessoas, a cantora precisou adiantar o fim do desfile devido ao grande calor. Ao anunciar o encerramento, Ludmilla levantou a possibilidade de alterar o horário do bloco no próximo ano. Procurada, a assessoria de imprensa da cantora afirmou que verificaria se a produção do evento aplicará realmente a mudança, mas até o momento da publicação desta reportagem, não retornou.
Confira mais dados apresentados pela Prefeitura a respeito do carnaval 2024:
Entre o dia 13 de janeiro e 18 de fevereiro foram contabilizados 399 desfiles de rua pela cidade. Destes, 113 ocorreram no Centro. Atrás desta região, tivemos a Zona Sul com 88 blocos, Grande Tijuca com 53, Zona norte com 50, Ilhas com 26, Grande Bangu com 26, Zona Oeste com 23, Barra/Recreio/Vargens com 11 e Jacarepaguá com 9. O dia 11 de fevereiro foi o dia com mais blocos ocorrendo simultaneamente na cidade, totalizando 62.
Sapucaí, Terreirão do Samba e Intendente Magalhães
Em seis dias de desfiles, foram contabilizadas cerca de 120 mil pessoas por dia na Sapucaí, contabilizando espectadores, trabalhadores e desfilantes. Foram 12 desfiles do Grupo Especial, 16 da Série Ouro e outros 17 desfiles das escolas mirins.
Já no Terreirão, foram 41 atrações em dez dias de festa.
Os desfiles da Intendente Magalhães contaram com a presença de 250 mil pessoas desfilando em seis dias. O grupo de avaliação contou com 16 escolas; a Série Bronze, com 32 escolas; e a Série Prata, com 24. Além disso, foram dez dias de desfiles de blocos de enredo.
— A Intendente tem entrada franca, é a verdadeira passarela do povo. Além das arquibancadas, havia espaço para as famílias levarem seus isoporzinhos e fazerem seus próprios camarotes mesmo — disse Ronnie.
Em quatro dias de evento, foram cerca de 720 mil pessoas curtindo os 60 palcos espalhados pela cidade. Já na Avenida Chile e Cinelândia, região central do Rio, passaram cerca de 40 mil pessoas pelos palcos montados.
— É importante que tenhamos carnaval em todas as regiões da cidade, e os palcos foram uma forma de descentralizar — pontuou o vice-presidente da Riotur, Gustavo Mostof.