No pior atentado na Rússia em 20 anos, um grupo armado com metralhadoras e vestidos com roupas camufladas abriu fogo nesta sexta-feira (22) contra homens e mulheres que estavam em uma casa de shows perto de Moscou —dezenas de pessoas morreram, e centenas ficaram feridas. A Ucrânia, que foi invadida militarmente pela Rússia há dois anos, disse não ter relação com o episódio.
Segundo a Tass, agência de notícias oficial da Rússia, os números mais atualizados são de:
A ação começou por volta das 20h (14h em Brasília), quando a banda Picnic estava se preparando para tocar na casa de shows Crocus City Hall, em Krasnogorsk, cidade próxima a Moscou. Ao menos cinco atiradores começaram o ataque no saguão e, depois, invadiram o local, de acordo com a Tass.
Foram ouvidas duas explosões no local, e o local pegou fogo. Os bombeiros conseguiram controlar as chamas, mas, segundo a agência de notícias Tass, o teto do Crocus City Hall pode cair a qualquer momento por causa das explosões e dos tiros.
O Ministério Público abriu uma investigação e afirmou que se trata de um atentado terrorista.
Por volta de 20h em Moscou (14h em Brasília), a banda Picnic estava se preparando para tocar quando aconteceu o atentado. Os atiradores começaram o ataque no lobby da casa e, depois, invadiram o salão, de acordo com a agência oficial de notícias Tass.
Até a última atualização desta reportagem, nenhum grupo reivindicou a autoria do ataque. Esse é o pior atentado na Rússia em 20 anos, de acordo com a agência de notícias Associated Press.
Um vídeo mostra homens atirando, além de gritos e pessoas assustadas (veja acima). A casa de shows tem capacidade para 6.000 pessoas.
As agências de notícias russas também informaram que 50 equipes de ambulâncias foram enviadas ao local. Três helicópteros foram usados para jogar água no local.
O presidente Vladimir Putin está sendo informado sobre o que está acontecendo no local, afirmou o porta-voz do governo russo, Dmitry Peskov.
"Uma terrível tragédia ocorreu hoje no Crocus City", disse o prefeito de Moscou, Sergei Sobyanin. "Sinto muito pelos entes queridos das vítimas." Ele também afirmou que toda a assistência necessária será prestada aos feridos.
Uma pessoa que estava no local afirmou que os homens entraram atirando e, em um momento, jogaram um coquetel molotov no local. Quando a testemunha tentou fugir, descobriu que uma das saídas estava trancada. Ela atravessou o salão para tentar fugir de outro ponto de saída, mas também não conseguiu, e então se refugiou no subsolo da casa de shows até que agentes dos serviços de emergência chegaram.
A prefeitura cancelou todos os eventos com público neste fim de semana e reforçou a segurança nos aeroportos.
A embaixada dos EUA na Rússia avisou no início deste mês que "extremistas" tinham planos iminentes para um ataque na região.
A Rússia invadiu a Ucrânia e começou a guerra faz pouco mais de dois anos. Mykhailo Podolyak, assessor da presidência ucraniana, disse que o país "certamente não tem nada a ver com os tiroteiros e as explosões" perto de Moscou.
Nesta semana, o presidente Vladimir Putin foi reeleito com 87% dos votos em uma votação que não teve candidatos que eram realmente de oposição.
Ataque armado em Moscou — Foto: Maxim Shemetov/Reuters
No começo dos anos 2000 houve uma série de atentados terroristas na Rússia. Na ocasião, havia uma guerra contra separatistas da província da Chechênia.
Em outubro de 2022, militantes separatistas chechenos dominaram um teatro em Moscou e fizeram cerca de 800 pessoas reféns. Forças russas invadiram o local e atacaram os homens com um gás. No total, 129 reféns e 41 militantes morreram.
Em setembro de 2004, cerca de 30 militantes separatistas tomaram uma escola na cidade de Beslan e fizeram centenas de pessoas reféns. O sequestro terminou com mais de 330 mortos (a maioria era de crianças).
Fonte: Da Redação