Preso no final do mĂȘs passado por suspeita de cortar a corda que segurava um funcionĂĄrio que fazia a limpeza da fachada de um prédio em Curitiba, o morador da cobertura do edifício, Raul Ferreira Pelegrin, morreu na madrugada desta sexta-feira (5) no Hospital Angelina Caron, na Região Metropolitana de Curitiba, segundo a Polícia Penal do ParanĂĄ.
(CORREÇÃO: O g1 errou ao informar que Raul Ferreira Pelegrin, de 41 anos, morreu no presídio onde estava. Na verdade, de acordo com a Polícia Penal do ParanĂĄ, Pelegrin apresentou dificuldades respiratórias na prisão, foi levado para o Hospital Angelina Caron na quinta-feira (4), e morreu na unidade de saúde na madrugada desta sexta. A informação foi corrigida às 19h).
Em nota, a Polícia Penal do ParanĂĄ informou que Raul Pelegrin, que estava custodiado desde 27 de março na Casa de Custódia de Piraquara, foi internado na quinta (4) com dificuldades respiratórias. "Na data de hoje (05/04), por volta das 01h30min a unidade penal foi informada que ele morreu no hospital após passar por tratamento médico, tendo como causa pneumonia", comunicou.
Ao j1, a defesa disse que Pelegrin enfrentava problemas de dependĂȘncia química hĂĄ alguns anos. Os advogados tentaram a liberdade provisória para que ele fosse internado em uma clínica particular, o que foi negado pela Justiça.
Pelegrin havia sido preso em flagrante após cortar, com uma faca, a corda que segurava um trabalhador que fazia a limpeza no 6Âș andar do edifício em que ele morava. Conforme o Ministério Público do ParanĂĄ, a vítima só não despencou por conta de um dispositivo de segurança que impediu a queda.
O caso aconteceu em 14 de março no bairro Ăgua Verde, mas só foi divulgado no dia 24 pelo MP, que denunciou o homem por homicídio tentado.
A polícia foi acionada após o corte da corda. Os policiais tiveram que arrombar a porta de um dos quartos do apartamento, onde Pelegrin foi encontrado e reconhecido pelo trabalhador.
Conforme o Ministério Público, os agentes encontraram a faca usada no crime e um pedaço da corta cortada na sacada do apartamento de Pelegrin.
Ao ser interrogado, ele ficou em silĂȘncio e disse "não saber os motivos de ter sido conduzido à delegacia".
Na denúncia à Justiça, o MP considerou duas qualificadoras: recurso que dificultou a defesa da vítima e uso de meio insidioso – ou seja, o crime foi cometido sem que a vítima percebesse.
Trabalhador estava a 18 metros de altura quando teve corda cortada por morador da cobertura — Foto: Artes/RPC
O trabalhador que fazia a limpeza estava a 18 metros de altura quando a corda que sustentava ele foi cortada por Pelegrin, segundo a Polícia Civil.
O dispositivo que o segurava é chamado de trava-quedas dentro da ĂĄrea de segurança do trabalho.
Segundo Carlos Eduardo Lunelli, engenheiro de segurança do trabalho e professor na PUC-PR, quando um profissional trabalha em uma fachada de prédio, por exemplo, ele é sustentado por cordas que são presas no topo do edifício.
"O trava-quedas é um dispositivo que trava no momento em que vocĂȘ tem um deslocamento vertical rĂĄpido. Então em uma situação de queda, esse dispositivo trava", explica Lunelli.
De acordo com o engenheiro, hĂĄ também um cordão, geralmente de aço, chamado de "linha de vida", que vai desde o topo do prédio até a base dele. Nesse cabo é fixado o equipamento "trava-quedas", que fica preso ao cinturão de segurança usado pelo profissional.
Fonte: Da Redação