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Presos suspeitos de atuar na venda de dados do presidente do STF são pai e filho, diz PF

Membros de facções criminosas e integrantes das forças de segurança estavam entre os 'clientes' da quadrilha, diz investigação.

Por J1 em 06/02/2024 às 11:56:15
Modulos de Consultas (ifind)

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Pai e filho foram presos preventivamente pela PolĂ­cia Federal (PF) nesta quinta-feira (1) no âmbito da Operação I-Fraude, que investiga a invasão de sistemas federais e o vazamento de dados de autoridades e pessoas pĂșblicas.

O g1 apurou que os dois foram encontrados na casa deles em Vinhedo (SP), região de Campinas, no inĂ­cio da manhã. Policiais também cumpriram mandados de busca e apreensão no local. À tarde, a dupla teve a prisão confirmada pela Justiça Federal de Campinas durante audiĂȘncia de custódia.

Segundo apuração da GloboNews, entre as autoridades que tiveram os dados pessoais vendidos em uma rede social, estĂĄ o ministro LuĂ­s Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF).

De acordo com a PF, a quadrilha hackeava sistemas federais, roubava os dados e depois vendia por meio de redes sociais. Membros de facções criminosas e integrantes das forças de segurança, como policiais, estavam entre os 'clientes' da organização criminosa. Entenda melhor abaixo.

A suspeita é que eles tenham faturado, ao menos, R$ 10 milhões com o esquema criminoso entre 2020 e 2024. De acordo com a PF, foi determinado o bloqueio de cerca de R$ 4 milhões das contas dos investigados.

(CORREÇÃO: na publicação desta reportagem, o g1 errou ao informar que o esquema criminoso havia faturado R$ 10 milhões entre 2010 e 2024. O intervalo estimado pela investigação vai de 2020 a 2024. A informação foi corrigida às 10h40 desta sexta, 2 de fevereiro)

Segundo a PF, a operação I-Fraude foi deflagrada nesta quarta-feira (31) em cinco estados do Brasil. A partir das informações coletadas na quarta, a PF pediu a prisão de trĂȘs suspeitos, incluindo o pai e o filho de Vinhedo. A Justiça Federal autorizou e os mandados foram cumpridos nesta quinta.



PF prende suspeitos de invadir sistemas federais que vazaram dados de ministro do STF

Policiais eram clientes da quadrilha

Segundo a PF, as suspeitas surgiram depois da identificação de uma invasão de banco de dados de sistemas federais. Informações pessoais de milhares de pessoas, incluindo inĂșmeras autoridades e pessoas publicamente conhecidas, depois ficavam disponĂ­veis para consulta em um painel.

O painel de consulta era oferecido, principalmente, através de plataformas de redes sociais. Existiam diversos "planos" de mensalidades, de acordo com o nĂșmero de consultas realizadas. Tal painel contava com aproximadamente dez mil "assinantes" com uma média de dez milhões de consultas mensais.

Como megavazamentos de dados acontecem e por que é difĂ­cil se proteger deles

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A PF identificou, dentre os usuĂĄrios, membros de facções criminosas e até mesmo integrantes das forças de segurança. Com relação a estes Ășltimos, os criminosos ofereciam o serviço de forma gratuita. No entanto, o servidor precisava enviar, para comprovação de identidade, foto de sua carteira funcional.

Dessa forma, os criminosos obtiveram cadastro, com foto, de milhares de servidores da segurança pĂșblica, que também tiveram seus próprios dados fornecidos.

As penas para o crime de invasão de dispositivo informĂĄtico, lavagem de bens ou valores e organização criminosa podem chegar a 23 anos de reclusão, sem prejuĂ­zo de que, com a continuidade das investigações, os suspeitos possam responder por outros crimes em que tenham envolvimento.

Painel que criminosos usavam para vender dados obtidos ilegalmente de sistemas federais — Foto: PolĂ­cia Federal

Painel que criminosos usavam para vender dados obtidos ilegalmente de sistemas federais — Foto: PolĂ­cia Federal

Por J1

Fonte: Da Redação com g1

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