Os devastadores incêndios em Los Angeles, que já deixaram 24 mortos e forçaram mais de 150 mil pessoas a abandonar suas casas, ganharam uma dimensão inesperada depois de declarações envolvendo a família Trump e a guerra da Ucrânia.
Donald Trump Jr., filho do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, utilizou a rede social X (antigo Twitter) para criticar o Corpo de Bombeiros do Condado de Los Angeles por doar suprimentos para a defesa da Ucrânia, que permanece em guerra com a Rússia.
"Oh, olhem, é claro que o corpo de bombeiros de Los Angeles doou um monte de seus suprimentos para a Ucrânia", escreveu Trump Jr. na quarta-feira, 8.
Segundo a imprensa americana, a corporação doou mangueiras extras, bicos, protetores, capacetes, coletes à prova de balas e outros "equipamentos de proteção individual" para a Ucrânia, que permanece em guerra com a Rússia desde fevereiro de 2022.
No último domingo, 12, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky respondeu à crítica dizendo que 150 bombeiros do país estão prontos para ajudar no combate às chamas na Califórnia.
Zelensky disse no X que instruiu o Ministério do Interior ucraniano a coordenar uma possível participação dos bombeiros do país nos esforços de combate aos incêndios em Los Angeles.
"A situação lá [na Califórnia] é extremamente difícil, e os ucranianos podem ajudar os americanos a salvar vidas", afirmou o presidente.
O comentário de Trump Jr. gerou polêmica também porque, na última semana, o governo Biden anunciou uma parcela final de ajuda militar de US$ 500 milhões à Ucrânia. Desde o início da guerra, os ucranianos já receberam dos EUA mais de US$ 65 bilhões em apoio.
Se enviados, os bombeiros da Ucrânia se juntarão a equipes do Canadá e do México, que já estão na Califórnia colaborando com as autoridades locais.
A presidente do México, Claudia Sheinbaum, destacou a solidariedade de seu país ao anunciar o envio de uma equipe humanitária. "Somos um país de generosidade e solidariedade", disse em uma postagem acompanhada de fotos de bombeiros mexicanos prontos para a missão.
O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, anunciou anteriormente que 60 bombeiros canadenses estavam sendo enviados para ajudar na Califórnia.
Enquanto isso, os incêndios continuam críticos. Ventos fortes ameaçam ampliar a destruição causada pelas chamas, que já queimam há seis dias consecutivos sem controle.
O governador da Califórnia, Gavin Newsom, classificou os incêndios como possivelmente o pior desastre natural da história dos EUA. Os esforços locais contam com mais de 14 mil profissionais, 1.354 caminhões de bombeiros e 84 aeronaves.
Fonte: Da redação