O caso do prédio de 23 andares evacuado às pressas e interditado por apresentar danos estruturais ganhou repercussão nacional. O edifício está localizado em Praia Grande, no litoral de São Paulo, e ainda não há previsão de retorno dos moradores. O g1 selecionou, nesta sexta-feira (16), tudo que se sabe sobre o ocorrido (veja abaixo).
O Condomínio Giovannina Sarane Galavotti está situado na Avenida Jorge Hagge, no bairro Aviação. O edifício conta com 23 pavimentos, além do subsolo. São 133 apartamentos distribuídos em 19 andares de moradias. Aproximadamente 250 pessoas vivem permanentemente no local.
1. Quais são os danos estruturais?
Segundo a Prefeitura de Praia Grande e o Corpo de Bombeiros, três pilastras sofreram cisalhamento [ruptura por esforços] no último dia 13 de fevereiro.
Ainda de acordo com o município, as pilastras danificadas foram localizadas no subsolo, térreo, G1 [Garagem 1] e G2 [Garagem 2].
2. Existe risco de queda?
Segundo Marco Ãvila, síndico e morador do edifício, a construção não corre risco de queda iminente. Uma vistoria no local foi feita por técnicos do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo (CREA-SP), da Defesa Civil e da Secretaria de Urbanismo (Seurb) da cidade.
Conforme apurado pelo g1 junto às autoridades, o edifício encontra-se estabilizado após serviços de emergência realizados (veja no tópico abaixo).
3. Quais trabalhos são realizados no edifício?
Aproximadamente duas mil escoras metálicas foram colocadas nas três pilastras danificadas do edifício. A informação foi divulgada pela prefeitura.
A ação emergencial tem como objetivo reduzir o máximo possível da carga estrutural dos pilares que sofreram o cisalhamento, ainda de acordo com o município. Outra medida, que foi colocada em prática com a mesma meta, diz respeito ao esvaziamento da caixa de água do edifício.
4. Onde estão os moradores?
A maioria das famílias residentes no edifício está hospedada na casa de parentes. Segundo a prefeitura, cada família decidiu organizar sua logística para lidar com este período de interdição total do edifício.
A Construtora e Incorporadora de Imóveis JR Ltda. informou que reembolsará os moradores prejudicados com gastos de hospedagem (veja detalhes do posicionamento da empresa no tópico abaixo).
Na data dos fatos, uma subida controlada foi efetuada pelo Corpo de Bombeiros para que os moradores pudessem retirar dos apartamentos os animais de estimação, documentos e itens pessoais, além dos veículos que estavam nas garagens.
Moradoras do prédio, Valderez (à esquerda) e Márcia, relembraram susto em Praia Grande (SP) — Foto: Matheus Croce/TV Tribuna
Logo após a evacuação, a moradora aposentada Valderez Maria Afonso afirmou ter escutado um "estrondo" no prédio.
"Achamos que era um terremoto. Estávamos nos preparando para ir até a praia, mas vimos que todo mundo desceu [para a rua]", relatou ela, em entrevista à TV Tribuna, emissora afiliada da Globo. "Moro aqui há quase um ano e nunca recebi informações sobre problemas estruturais".
5. Qual é o posicionamento da construtora e do condomínio?
Em nota, a Construtora e Incorporadora de Imóveis JR Ltda., por meio de seus representantes, informou que está ciente da ocorrência e prontamente deslocou engenheiros e técnicos para identificar suas causas. Tão logo os laudos sejam emitidos, a construtora não se eximirá de prestar assessoria aos condôminos.
Em um comunicado divulgado na última quinta-feira (15), a administração do condomínio informou que os representantes da empresa continuarão o processo de alocação das famílias, buscando alternativas para as que têm animais de estimação. Procurada pelo g1, a construtora garantiu que fará a medida.
Coluna de prédio de 19 andares sofre danos estruturais e moradores são obrigados a evacuar edifício — Foto: Reprodução
"Importante destacar que não havia qualquer obra em andamento no prédio, a documentação está em dia e uma comissão de moradores vem acompanhando todas as etapas", disse a nota do condomínio.
A equipe de reportagem apurou que o prédio foi entregue em dezembro de 2011, mas não foi informada se o edifício ainda está na garantia ou por qual motivo a construtora decidiu arcar com os custos. O g1 tentou novo contato com a JR Ltda. para questionar sobre a ação, mas, dessa vez, não obteve sucesso.
Da Redação com g1