Em meio às investigações na Justiça Eleitoral e no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) da qual é alvo o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) buscou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes.
Segundo interlocutores do ministro, Moro – que teme ter o mandato cassado e ser alvo de uma eventual ação penal que decorra das apurações no CNJ – procurou Mendes por meio do senador Wellington Fagundes (PL-MT).
O encontro ocorreu na terça-feira (2) e durou cerca de 1 hora – a maior parte do tempo preenchida por crÃticas de Mendes ao senador.
O blog procurou Moro, que disse que não ia se manifestar.
No encontro, Mendes contou ter dito a Paulo Guedes, ex-ministro da Economia de Jair Bolsonaro (PL), que um dos poucos méritos do governo anterior foi ter tirado Moro da 13ª Vara Federal de Curitiba.
Mendes disse ainda que Moro e o então procurador da República Deltan Dallagnol, que atuava na Operação Lava Jato, atuavam em conjunto e que não precisava ver o vazamento das mensagens trocadas pelos dois (no que ficou conhecido como Vaza Jato) para saber que "roubavam galinha juntos".
O ministro contou ao senador que já tinha pronto o voto para o julgamento que terminou declarar Moro como parcial nos casos da Lava Jato, e que os vazamentos só ajudaram a confirmar aquilo que já sabia.
O ministro questionou o senador sobre a destinação do dinheiro dos acordos da Operação Lava Jato – objeto da apuração do CNJ sobre a atuação de Moro como juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba. Moro negou irregularidades.
Ao fim, Mendes recomendou que Moro aproveitasse o tempo no Senado para estudar ."A biblioteca do Senado é excelente", disse o ministro do STF ao senador.