O Brasil vai manter uma posição discreta na disputa de Essequibo depois que a Venezuela promulgou uma lei que cria a província no território da Guiana, mas espera que se mantenha a restrição ao uso da força.
Para fontes diplomáticas brasileiras, essa é linha que não pode ser cruzada. No acordo celebrado em São Vicente e Granadinas, Venezuela e Guiana, sob observação do Brasil, se comprometeram a não aplicar meios violentos na disputa.
"O bom senso tem que prevalecer. Ninguém quer uma guerra na região. Ainda mais envolvendo terceiros países que apoiaram Venezuela e Guiana, como Rússia e Estados Unidos", disse uma alta fonte diplomática brasileira.
Ontem o assessor de assuntos internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, afirmou que a promulgação da lei pela Venezuela era apenas um "gesto simbólico", ligado a disputas políticas internas.
A Venezuela enfrenta eleições presidenciais em breve, num processo cuja lisura tem sido muito questionada no exterior, inclusive pelo Brasil. A candidata de oposição, Corina Yonis, foi impedida de se registrar.