A Defesa Civil do Rio Grande do Sul afirma que 55 mortes foram confirmadas em razão dos temporais que atingem o estado, conforme boletim divulgado às 18h deste sábado (4). Outros sete óbitos já confirmados estão sendo investigados, para verificar se têm relação com a tragédia. Veja a lista abaixo.
Além dos mortos, há 74 desaparecidos e 107 pessoas feridas. A Defesa Civil soma 82,5 mil pessoas fora de casa, sendo 13,3 mil em abrigos e 69,2 mil desalojadas, que recebem abrigo nas casas de familiares ou amigos. Ao todo, 317 dos 496 municípios do estado registraram algum tipo de problema, afetando 510,5 mil pessoas.
Mortes confirmadas (55):
Mortes em investigação (7):
Calamidade pública no Rio Grande do Sul: estado enfrenta maior cheia de sua história
Imagem de drone mostra área de Porto Alegre na beira do Guaíba alagada no dia 4 de maio de 2024 — Foto: Renan Mattos/Reuters
Em Porto Alegre, o nível do Guaíba superou a cota de inundação, transbordando e avançando sobre ruas e avenidas – e ultrapassou os 5 metros na manhã deste sábado.
Entorno do Mercado Público de Porto Alegre, no Centro da capital gaúcha, alagado no dia 4 de maio de 2024 — Foto: Renan Mattos/Reuters
A rodoviária de Porto Alegre ficou totalmente alagada, segundo informações do gerente de operações Jorge Rosa. Todas as viagens de chegada e saída da cidade foram canceladas. Já o Aeroporto Salgado Filho foi fechado "devido ao elevado volume de chuvas".
Rodoviária de Porto Alegre ficou totalmente alagada com enchente neste sábado (4) — Foto: Jorge Rosa/Arquivo pessoal
Em entrevista coletiva na manhã deste sábado (4), o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), pediu que a população faça racionamento de água. "Quase uma determinação", disse Melo. Quatro das seis estações de tratamento de água não estão funcionado.
Os temporais deixaram presídios do estado ilhados devido às enchentes causadas. Mais de 1 mil detentos precisaram ser transferidos de unidades prisionais.
O governo decretou estado de calamidade, situação que foi reconhecida pelo governo federal. Com isso, o estado fica apto a solicitar recursos federais para ações de defesa civil, como assistência humanitária, reconstrução de infraestruturas e restabelecimento de serviços essenciais.
Cheia do Rio Gravataí que continua subindo na divisa entre Cachoeirinha com a Avenida Assis, em Porto Alegre (RS), nesta quinta-feira, 02 de maio de 2024.
A Defesa Civil colocou a maior parte das bacias hidrográficas do estado com risco de elevação das águas acima da cota de inundação.
O governo federal enviou 100 integrantes da Força Nacional para o RS na tarde desta sexta-feira (3). A tropa federal ajudará nas operações de salvamento e resgate das pessoas atingidas pelas enchentes no estado.
Dos 100 enviados para a região, 60 deles são bombeiros para auxiliar na resposta ao desastre causado pelos temporais no estado. Também serão deslocados para o estado 25 caminhonetes, dois ônibus, um caminhão e três botes de resgate. São 36 policiais federais que estão envolvidos diretamente nos trabalhos.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) mobilizou 75 agentes para as operações de salvamento e resgate das pessoas atingidas pelas enchentes, além de sete especialistas em resgate.
Cheia do Rio Taquari no Rio Grande do Sul — Foto: Diego Vara/Reuters
Os meteorologistas afirmam que os temporais que ocorrem no Rio Grande do Sul são reflexo de, ao menos, três fenômenos que ocorrem na região, agravados pelas mudanças climáticas. Nas próximas 24 horas, há previsão de mais chuva.
A tragédia no estado está associada a correntes intensas de vento, a um corredor de umidade vindo da Amazônia, aumentando a força da chuva, e a um bloqueio atmosférico, devido às ondas de calor.
A previsão é de que a condição se mantenha até este sábado com acumulados que podem chegar até 400 milímetros. O volume deve se somar aos mais de 300 milímetros de chuva registrados nos últimos 4 dias.
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Fonte: Da Redação